O quadro atual de epidemia do COVID-19 gera a necessidade de conscientização acerca das consequências diretas deste momento ao meio ambiente. O isolamento social é um fenômeno atípico para a população. Com os estabelecimentos comerciais e as indústrias de portas fechadas, a sociedade vive um momento completamente oposto ao que está acostumada - e isso tem efeitos diretos no meio ambiente. 

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o isolamento social aumenta a produção dos resíduos sólidos em 15% a 25%. Além dos resíduos orgânicos, a crescente demanda por entregas de compras online, que possuem embalagens em excesso, aumenta a produção de lixo. O consumo de máscaras para diminuição do contágio é, igualmente, responsável pelo aumento do descarte de resíduos. Não podemos esquecer também o aumento do lixo hospitalar, que tende a crescer de 10 a 20 vezes. 

Um fator positivo consiste na redução de emissão de gases poluentes, ocasionada pela diminuição da circulação de veículos. Segundo a CETESB, as condições mais livres do trânsito colaboram para a atenuação dos níveis de monóxido de carbono na atmosfera. O consumo de energia elétrica também diminuiu, uma vez que as indústrias e comércios foram fechados. Lavínia Hollanda, sócia da Escopo Energia, afirmou em matéria da Folha de São Paulo: “O aumento do consumo residencial não vai compensar a queda de demanda da indústria e do comércio”. A mesma matéria alega diminuição de 19,4% na média diária de consumo em março, se comparada ao mesmo mês do ano passado.